Uma matéria muito interessante foi publicada no site da Science. Ela inicia com uma ideia bastante tentadora de que um elefante deveria correr mais do que um cavalo. Pelo menos em teoria, já que os grandes animais têm mais do tipo de célula muscular usada para o processo de aceleração.
Porém, não é isso o que ocorre na natureza. Na realidade, são os animais de porte médio que ganham o título dos mais velozes do planeta. E isso vale para tudo — no ar, na terra, na água. Pelo menos foi isso que os pesquisadores concluíram.
Portanto, nada de vespas super velozes ou baleias-torpedo.
O que os pesquisadores descobriram?
Os cientistas estudaram 500 espécies, desde moscas até baleias, e identificaram um mesmo evento biológico.
As células musculares de grandes animais ficam sem energia antes que consigam atingir sua velocidade máxima teórica. Já os animais de médio porte apresentam um tamanho que possibilita a otimização entre as taxas de gasto energético e o tempo para que isso ocorra. Então conseguem atingir velocidades maiores que outros seres vivos.
De qualquer modo, seria interessante ver um elefante correr mais rápido que um leopardo.
E qual era a velocidade dos dinossauros?
O que, talvez, seja mais interessante nisso tudo é a possibilidade de comparação com os dinossauros.
Eles tinham grandes dimensões e estudos sugerem que também tinham um certo controle da temperatura de seus corpos, assim como as aves e os mamíferos. Além disso, assim como os grandes animais de hoje, tinham maior quantidade de células musculares.
Mas havia um fator diferente nos tempos desses colossais animais: a quantidade de oxigênio disponível era diferente da dos dias atuais. Caso a disponibilidade desse gás fosse significantemente maior (o que é razoável concluir, devido ao tamanho dos insetos de dois metros da época e das gigantes samambaias), maior teria sido a quantidade de “combustível” e teríamos enormes dinossauros correndo a toda velocidade.
Isso sim seria uma visão muito interessante de se ver. Talvez os próximos filmes sobre esses titãs pré-históricos precisem rever o modo como os constroem. Eles deverão ser grandes, emplumados, de sangue “quente” e muito rápidos.
Biólogo e professor, faz pós-graduação estudando biologia evolutiva. Escreve textos de divulgação científica para o Blog da Ciência. Acredita que o método mais poderoso para a solução de nossos problemas seja a Educação.